Por Rosiene Carvalho , Da Redação
O governador eleito Amazonino Mendes (PDT) declarou à justiça eleitoral um gasto, nos dois turnos da Eleição Suplementar de 2017, menor que o da candidata Rebecca Garcia (PP), que participou apenas do primeiro turno e ficou em terceiro lugar.
A informação foi divulgada nesta manhã de terça-feira, dia 5, pela assessoria de comunicação de Amazonino Mendes.
Segundo os dados da assessoria, Amazonino arrecadou em recursos financeiros durante a campanha de primeiro e segundo turno o montante de R$ 3.637.050,00, entre doações financeiras de pessoas físicas e do fundo partidário.
De acordo com a prestação de contas do candidato apresentada à justiça eleitoral, no total, Amazonino arrecadou R$ 5.336.042,88, sendo que R$ 1.698.992,88 são recursos estimáveis em dinheiro, segundo a assessoria de comunicação do candidato eleito.
As despesas estimáveis em dinheiro são trabalhos voluntários que também precisam ser declarados na prestação de contas, embora sejam abatidas no final para não dar impressão de sobras ou dívidas de campanha irreais. Não entram na campanha como dinheiro e não circulam em valores na conta de campanha.
Os dados gerais da prestação de contas estão disponíveis no sistema PJE do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), mas devem ser divulgados no sistema DivulgaCand do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até esta quarta-feira, dia 6.
“Vale ressaltar que o valor estimado foi doado na prestação de serviço, como cessão de veículos e serviços voluntários, entre outros. O governador não recebeu em dinheiro a quantia de R$ 1,6 milhão, mas, sim, a doação de serviços estimáveis. O que se arrecadou e gastou durante o pleito foi o montante de R$ 3,6 milhões, oriundo do fundo partidário e doação de pessoas físicas”, explicou o advogado Júlio Lorenzoni, responsável pela prestação de contas do candidato.
De acordo com a prestação de contas de apresentada ao TRE-AM, Amazonino não usou recursos próprios na campanha. Os recursos usados foram via doação do fundo partidário (do DEM, PSD e PDT – o maior doador), de doações em dinheiro e em trabalhos voluntários de pessoas físicas.
Júlio Lorenzoni informou que o governador eleito recebeu o valor de R$ 2.420.000,00 de fundo partidário do PDT (R$ 1,5 milhão), do PSD (R$ 620 mil) e do DEM (R$ 300 mil). Do PSDB, partido que indicou o vice na chapa, não consta doação.
Nas despesas, Amazonino declarou ter gasto R$ 628 mil em deslocamentos e transporte durante a campanha que circulou em muitos municípios do interior do Estado. Com publicidade de campanha impressa ( cartazes, praguinhas e informativos, em geral) Amazonino informou um gasto de R$ 182.120 mil.
O total dos gastos com campanha impressa é bem inferior ao que Amazonino informou ter feito na campanha virtual. O candidato indicou que desembolsou R$ 423.605 na campanha feita na internet por meio de criação e inclusão de páginas na internet.
Na produção de programas de rádio e TV, considerado o diferencial na construção da imagem de Amazonino junto ao eleitorado que decidiu votar nele, a campanha informou ter gasto R$ 412 mil.
Rebecca Garcia
O primeiro turno da eleição fora de época para governador do Amazonas representou um gasto de R$ 5,339 milhões só com as campanhas dos sete candidatos que não passaram para o segundo turno da disputa.
Quando se compara o gasto de todos os outros sete candidatos (incluindo recursos financeiros e recursos estimados em dinheiro) ao gasto de Amazonino, os valores ficam equiparados. Só o candidato eleito, em dois turnos, considerando os dois parâmetros de doações, recebeu R$ 5.336.042,88 e gastou R$ 5.333.380,76.
Mas quando se analisa apenas a movimentação de dinheiro nas campanhas, a candidata Rebecca Garcia mantém a liderança de arrecadação e gastos.
Rebecca declarou R$ 4,1 milhões em dinheiro. Amazonino declarou arrecadação e gasto de R$ 3,6 milhões em dinheiro, quando se desconsidera os valores estimáveis. Porque, segundo o candidato, o resto foram trabalhos voluntários, portanto não remunerados.
A campanha de Rebecca, segundo a prestação de contas apresentada ao TRE-AM, não contou com voluntários. Segundo os dados do Divulgacand, os recursos estimáveis em dinheiro representaram 0% da campanha de Rebecca.
Enquanto a candidata do PP declarou despesa no primeiro turno de R$ 4.150.620,310, a soma das despesas de todos os demais candidatos, sem contar com os que passaram para o segundo turno, é de R$ 1.188.731,41. A maior doadora da campanha de Rebecca foi ela mesma: R$ 3 milhões.
Rebecca gastou três vezes e meio a mais que a soma dos gastos de todos os demais candidatos: José Ricardo (PT), Wilker Barreto (PHS), Luiz Castro (Rede), Marcelo Serafim (PSB), Liliane Araújo (PPS) e Jardel (PPL).
Com o nome fora das urnas como candidata principal desde 2010, a candidata terminou a disputa em terceiro lugar, conquistando 268.922 votos. Com o apoio do grupo político do governador interino David Almeida (PSD), chegou a assustar a campanha dos dois primeiro colocados no primeiro turno. Rebecca ficou com 18,6% dos votos válidos.
ATUALIZADO às 10h28 do dia 5 de setembro.
Rebecca fez a campanha mais rica do primeiro turno
Corregedor eleitoral será relator da prestação de contas de Amazonino