O advogado Roberto Teixeira, que é réu em um processo da Operação Lava Jato que envolve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi ouvido pelo juiz Sérgio Moro, na manhã desta terça-feira (19).
A audiência, realizada por videoconferência com São Paulo, durou aproximadamente uma hora e meia.
A ação penal acusa Teixeira de ter ajudado a intermediar um pagamento de propina da Odebrecht ao ex-presidente Lula.
Inicialmente, Teixeira seria ouvido no mesmo dia em que Lula prestou depoimento a Sérgio Moro, no mesmo processo.
No entanto, o advogado foi internado no dia 5 de setembro, vítima de insuficiência cardíaca.
A defesa dele protocolou um pedido ao juiz para que remarcasse a oitiva.
Depois do depoimento de Teixeira, o processo chegará à fase final.
O MPF e as defesas poderão pedir as últimas diligências.
Caso isso não ocorra, o juiz determinará os prazos para que as partes apresentem as alegações finais.
Em seguida, os autos voltam para Moro, que vai definir a sentença, podendo condenar ou absolver os réus.
Não há prazo para que a sentença seja publicada.
A denúncia
Segundo a denúncia, a Odebrecht comprou um terreno para a construção de uma nova sede para o Instituto Lula.
A empreiteira também teria comprado um apartamento vizinho ao que o ex-presidente mora, em São Bernardo do Campo.
O imóvel é alugado desde 2002 e abriga, principalmente, os seguranças que fazem a escolta de Lula.
De acordo com o MPF, os dois imóveis fazem parte de um total de R$ 75 milhões em propinas que foram pagas pela Odebrecht a funcionários da Petrobrás e políticos, após a empresa firmar oito contratos com a estatal.
De acordo com a denúncia, a parte de Lula foi repassada com a intermediação do ex-ministro Antônio Palocci e do assessor dele, Branislav Kontic.
O imóvel que seria para o Instituto Lula fica em São Paulo, na Rua Haberbeck Brandão.
O MPF afirma que o terreno foi comprado pela Odebrecht, usando o nome de outra empreiteira, a DAG.
Apesar das negociações terem sido feitas e a DAG ter adquirido o imóvel, nada foi construído no local.
Fonte: G1
Foto: Reprodução/Estadão Conteúdo/Arquivo