O prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), reagiu ontem em tom desafiador ao estado de greve deflagrado pelo Sindicato dos Rodoviários de Manaus e declarou “guerra total” à movimentação.
Para o tucano, a ameaça de paralisação faz da cidade vítima de um conluio entre os empresários do setor e os líderes rodoviários.
“Algo imperdoável que merece ser dito com todas as letras; greve ilegal. Sei do conluio, sei como estão manipulando os líderes rodoviários, com os quais sempre procurei me dar muito bem, mas, desta vez, passaram de todos os limites paralisando a cidade. Não é aquela paralisação mesquinha, nojenta, de paralisar de manhã, prejudicando doentes, mulheres grávidas, prejudicando pessoas que estão se tratando de câncer, pessoas que vão buscar o emprego ou que vão cobrir um bico ou um dia de trabalho, vão estudar”.
O prefeito recomendou que empresários e os rodoviários se recolham ao consenso e evitem uma guerra total:
“Tenho bala na agulha para responder a ambos”.
Arthur disse isso em vídeo que gravou e postou ontem nas redes sociais, no qual encerra dizendo:
“Então, se eu não sou medroso, eu enfrento. Se eu não sou burro, eu devo ter armas para responder a tudo isso à altura. Os perdedores não serão os munícipes”.
Leia o que ele disse:
Manaus foi vítima hoje de uma enorme, uma inominável covardia de um conluio, com clareza, um conluio entre empresários de empresas de ônibus e os líderes rodoviários. Algo imperdoável que merece ser dito com todas as letras; greve ilegal. Isso tem que acabar. Paralisação porque aconteceu não sei o que numa empresa. Enfim, empresários forçando inadimplência para obterem o que não vão obter, que é um reajuste na tarifa, não vão obter.
Vão ter respostas para ambos. Tenho bala na agulha para responder a ambos. Então, não é mais nenhum apelo. É uma determinação que faço: que se recolham ao consenso, se recolham e evitem uma guerra total contra a prefeitura porque não vão se dar bem.
Não vão se dar bem mesmo. Nenhum lado nem o outro. Os empresários de ônibus se estão insatisfeitos que se retirem agora daqui. Eu terei o prazer em vê-los pelas costas.
Sei do conluio, sei como estão manipulando os líderes rodoviários, com os quais sempre procurei me dar muito bem, mas, dessa vez, passaram de todos os limites paralisando a cidade, não é aquela paralisação mesquinha, nojenta, de paralisar de manhã, prejudicando doentes, mulheres grávidas, prejudicando pessoas que estão se tratando de câncer, pessoas que vão buscar o emprego ou que vão cobrir um bico ou um dia de trabalho, vão estudar.
Dessa vez, fizeram o contrário. Não paralisaram de manhã, mas paralisaram na hora do pico, para deixar as pessoas em desespero criando uma situação falsa de caos.
Estão dizendo que amanhã vão fazer greve. Eu estou aguardando a greve e vamos ver se vale mesmo. Só quero dizer que eles todos me conhecem e sabem que eu tenho diversos defeitos, não sou medroso e não sou burro.
Então, se eu não sou medroso, eu enfrento. Se eu não sou burro, eu devo ter armas para responder a tudo isso à altura. Os perdedores não serão os munícipes.
Os perdedores serão os gananciosos e os oportunistas que engendraram em conjunto essa greve irregular e ilegal que merece ser punida pela Justiça do Trabalho.
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Foto: Reprodução/vídeo