Por Rosiene Carvalho, da Redação
O ex-secretário de Fazenda Afonso Lobo se apresentou por volta das 18h30 desta quinta-feira, dia 14, à Superintendência Polícia Federal, no Dom Pedro, Zona Centro-Sul de Manaus, e é o quinto ex-secretário preso na operação Custo Político.
Ele deve passar pelos mesmos procedimentos a que foram submetidos os demais presos e levado ao Centro de Detenção Provisória Masculino 1 (CDPM 2), onde estão os demais presos.
Afonso Lobo teve a prisão preventiva decretada pela juíza Ana Paula Serizawa na Operação da Polícia Federal “Custo Político”, deflagrada nesta quarta-feira em Manaus e em outros quatro estados.
O BNC apurou que Afonso Lobo demonstrava abatimento no momento em que foi preso na carceragem da Polícia Federal.
Amigos do ex-secretário informaram que ele se sente mais uma vez injustiçado e relatou que, durante o retorno dele de Humaitá, onde estava no dia da operação, para Manaus relembrou a Operação Saúva.
Na ocasião, Afonso Lobo era subsecretário de Fazenda e foi um dos presos. Os mesmos amigos de Lobo, que também pediram para não ser identificados pela reportagem, relataram que ele disse “confiar na justiça” e que vai “mais uma vez vai provar sua inocência como ocorreu na Operação Saúva”.
A Polícia Federal amanheceu na quinta-feira na casa dos ex-secretários investigado na Operação Custo Político. Apenas Afonso Lobo não foi encontrado e preso na manhã de ontem, porém, segundo a assessoria de comunicação da Polícia Federal, foram cumpridas medidas de busca e sequestro de bens dele na quinta.
Lobo requisitou que seus advogados comunicassem à Justiça Federal que ira se apresenta até o final da tarde desta quinta-feira.
Operação Custo Político
A operação “Custo Político” é um desdobramento da operação “Maus Caminhos” e atingiu, segundo a PF, os agentes públicos e políticos responsáveis por compactuar, proteger e até livrar os membros da organização criminosa de fiscalização dos órgãos de controle.
Os ex-secretários de Saúde presos são suspeitos de recebimento de propina. De acordo com o Ministério Público Federal, as propinas pagas com dinheiro público chegam à soma de R$ 20 milhões, entre 2014 e 2016.
Na operação deflagrada na manhã desta quarta-feira, 13, foram presos quatro ex-secretários de Estado do Governo José Melo: Wilson Alecrim e Pedro Elias, da Susam; Raul Zaidan, Casa Civil; e o secretário de Governo e irmão do ex-governador Evandro Melo.
Destes, todos foram presos preventivamente (sem data para serem soltos). Apenas Zaidan foi alvo de um decreto de prisão temporária de cinco dias.
A operação Maus Caminhos, de acordo com a PF, desarticulou uma organização criminosa que desviou, entre 2014 e 2016, R$ 100 milhões dos cofres públicos do Estado, liderada pelo médico Mouhamad Mostafa.
Informações do MPF:
Os crimes
Os pareceres do MPF encaminhados à Justiça, embasados nas investigações policiais, apontam que 22 agentes públicos estão envolvidos nos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo o MPF, os investigados eram pagos com dinheiro público para acobertar e colaborar com os desvios de verba feitos pelo grupo liderado por Mouhamad Moustafa, principal réu da operação Maus Caminhos.
Moustafa também foi preso preventivamente nesta manhã. O nome da operação faz referência à expressão usada por ele para denominar a propina paga aos ex-secretários.
Medidas judiciais
Durante a operação, executada em Manaus, Recife, São Paulo e Brasília, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva, nove mandados de prisão temporária, 27 mandados de busca e apreensão, 27 conduções coercitivas e 18 mandados de sequestro de bens móveis e imóveis.
O primeiro dia dos presos da Custo Político no presídio CDPM 2
Com prisão preventiva decretada, Lobo se apresenta hoje à tarde à PF