Por Rosiene Carvalho , da Redação
Com a base do governador Amazonino Mendes (PDT) em atrito público nas sessões da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM), a oposição emplacou nesta quinta-feira, dia 9, uma convocação de três secretários de Estado à Casa Legislativa para dar explicação sobre o orçamento de 2018.
Os convocados são o chefe da Casa Civil e deputado licenciado Sidney Leite (Pros), o secretário de Fazenda (Sefaz), Alfredo Paes, e o Secretário de Planejamento (Seplanct), Estevão Monteiro de Paula.
O chamado é para eles darem explicações, na terça-feira, dia 14, acerca da Lei Orçamentária Anual (LOA) que tramita no Legislativo há duas semanas.
A convocação foi aprovada como convite, uma forma de dar sutileza ao confronto.
Em tempos de “paz” entre Executivo e Legislativo, dificilmente esse tipo de “convite” é aprovado.
O Governo enfrenta, além da dificuldade da relação com o Legislativo, em grande parte alimentada pelo próprio governador Amazonino Mendes, abalos sísmicos dentro da própria base.
Na sessão de quarta-feira, dia 8, o vice-líder do governo Donmarques Mendonça (PSDB) bateu boca com o deputado Platiny Soares (DEM), que tem se mantido no grupo do presidente da ALE-AM, David Almeida (PSD).
Nesta quinta-feira, o ex-vice-líder da bancada governista Josué Neto (PSD) falou no plenário que abriu mão da função porque “não confia” no deputado e líder do governo, Dermilson Chagas (PEN).
“Não posso ser vice-líder de uma pessoa que não confio”, afirmou Josué.
O líder também não distensionou o atrito e ironizou o deputado da base chamando-o de “chorão” no plenário.
Nessa brecha da base, a deputada Alessandra Campelo (PMDB) apresentou o convite para os três secretários irem na próxima terça-feira à ALE-AM e foi acolhida pela Mesa Diretora, cujo único membro da base de Amazonino é Josué Neto.
Alessandra questiona, entre vários pontos, a falta de previsão orçamentária para realização de concurso público e para cumprimento da data-base em categorias como a dos policiais militares, uma das promessas de Amazonino Mendes.
“O sonho do concurso público pode virar um pesadelo se esse orçamento da forma que está for aprovado. Eu não vejo em nenhuma linha do orçamento o concurso público ser contemplado”, advertiu a líder do PMDB.
Foto: Divulgação