David Almeida (PSD) já pode ser considerado mais um nome à disputa do mandato tampão para suceder o governador cassado José Melo (Pros).
Já há decisões dele que miram nessa direção.
Duas delas foram cancelar sua ida a inaugurações públicas e a outra, suspender a veiculação de campanhas publicitárias do governo, que incidem como condutas vedadas estabelecidas pelas regras eleitorais.
David, por exemplo, recusou convite para participar da inauguração de uma escola na zona norte de Manaus, nesta quinta-feira, dia 18, obra construída com recursos do governo federal.
Com essa razão, ele também teria agendado dois grandes eventos públicos para o dia de hoje, limite do prazo permitido a pretensos candidatos: os lançamentos do plano emergencial de saúde, na sede do governo, pela manhã, e do projeto de saúde, esporte e lazer para a população no fim no dia, no Centro Cultural Povos da Amazônia.
Como governador, David vem emitindo sinais claros de que pretende se tornar uma opção em seu grupo político ao pleito suplementar desde a semana passada, momentos depois que assumiu cargo.
Ele, por exemplo, quebrou o gelo de seus aliados com o prefeito Arthur Neto (PSDB), se encontrando com o tucano e prometendo uma medida de ampla repercussão popular, que é a redução do preço da passagem de ônibus a partir de subsídio às empresas suspenso por seu antecessor.
Um dia antes, em discurso para empresários, na reunião do Conselho de Desenvolvimento do Amazonas (Codam), David prometeu que seu governo não teria aumento de impostos, em linguagem que agradou a plateia.
Nesta semana, David esteve em dois canteiros de obras do estado, na avenida das Flores e na rodovia AM-70 (Manaus-Manacapuru), para anunciar a retomada da construção dos dois projetos.
Nos dois locais, seus auxiliares e aliados aproveitaram a ocasião para a captação de imagens e potencializá-las em uma eventual entrada dele em disputa ao governo, por exemplo.
Eleição indireta
Os movimentos de David não miram apenas o voto popular pela eleição direta determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 4 de maio, quando cassou José Melo.
Há esforço jurídico e político ainda para que ele se mantenha no cargo por meio de eleição indireta, cujos eleitores seriam seus 23 pares da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), que hoje formam a maior plateia que o acompanha.
Foto: BNC