Na sucessão municipal de 2016, um fato marcou a campanha eleitoral daquela temporada e foi considerado a maior reviravolta política dos últimos anos. Daquelas que reforçam a lenda popular de que, na política do Amazonas, tudo pode acontecer, até “boi voar”.
Tratou-se da aliança inesperada entre o senador Eduardo Braga (PMDB) e o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), que, historicamente, eram adversários de trocar intensas farpas. Até então.
Neste ano, a arte do improvável está se desenhando de novo, e pode virar realidade às vésperas das convenções para a eleição tampão ao Governo do Estado. Nos próximos dias pode ser anunciada a reviravolta da reviravolta.
É que a aliança PMDB-PSDB, formada para reeleger o tucano em 2016, perdeu força em menos de um ano. Naquele momento, Arthur rompia relacionamento com o senador Omar Aziz (PSD) e seu grupo político para ficar com Braga. A poucos dias das convenções, como hoje.
Arthur está tendo recaídas para o lado de Omar, que, por sua vez, trabalha para ver Amazonino Mendes (PDT) em confronto direto com o peemedebista Braga.
Já há sinais indicando isso. Para começar, o marqueteiro de Amazonino será Marcos Martinelli, o mesmo que trabalhou para a campanha de Arthur no ano passado.
Outro indício desse reatamento de Arthur com Omar saiu neste sábado, dia 10, quando o PCdoB da senadora Vanessa Grazziotin anunciou apoio a Braga.
Esse partido já deve ter informação do distanciamento entre Braga e Arthur, pois, do contrário, os comunistas estariam indo para uma coligação cientes de que terão que dividir palanque com os tucanos, que tanto desconjuram.
Vendo o cerco se fechar para conseguir um vice de peso, tendo recebido não de Rebecca Garcia (PP), a preferida, e Marcelo Ramos (PR), Braga pode estar de olho em Vanessa.
A reta final do prazo das convenções (próximo dia 16) também reafirma a tendência dos caminhos tomados pelo prefeito. O tucano tem andado muito mais para a Ephigênio Salles do que para a Ponta Negra.
A decisão que Arthur anunciará nos próximos dias será importante e terá influência no processo eleitoral em curso. Ele sabe que essa decisão poderá levá-lo a integrar grupos em duas vitórias políticas de peso em menos de um ano.
Foto: BNC
