Por Rosiene Carvalho, da Redação
A definição dos nomes que vão disputar o Governo do Amazonas em 2018 e das alianças no estado depende dos próximos passos do prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), do governador Amazonino Mendes (PDT) e do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT).
A opinião é dos pesquisadores e analistas políticos Afrânio Soares da Action Pesquisa de Mercado e Durango Duarte da #Pesquisa365. Os dois são os pesquisadores que há mais tempo trabalham analisando as eleições no Amazonas e apontam os três como peças chaves na definição do quadro de candidaturas.
Nesta semana, quando abre o primeiro prazo fatal deste pleito – a janela da infidelidade-, o Estado conta com quatro pré-candidatos ao governo: o governador Amazonino Mendes (PDT), o presidente da ALE-AM, David Almeida (PSD), o senador Omar Aziz (PSD) e o policial federal Júnior Brasil (Rede).
Para os dois pesquisadores, os movimentos que serão possíveis para Arthur, Amazonino e Lula são os fatores que faltam para deixar claro o quadro de candidaturas e alianças no Estado.
Segundo Afrânio e Durango, estão travados nos três engrenagens importantes na definição de candidaturas: tempo de TV, fundo partidário e apoio da máquina.
O PSDB de Arthur é cotado na construção do palanque do senador Omar Aziz. Os tucanos, o PT e o MDB de Eduardo Braga são os partidos com maior número de vagas na Câmara dos Deputados e, portanto, com maior tempo de TV.
Desincompatibilização de Arthur
“Mas surpresas podem acontecer. Se o Arthur renunciar, ele pode mudar toda a engenharia política. Temos que primeiro esperar o dia 7 de abril. Não dá para descartar o Arthur Neto. Política sabe como é…”, disse Durango Duarte.
O PT de Lula, antes da condenação pelo TRF 4, queria que o deputado estadual José Ricardo (PT), segundo colocado em Manaus nas Eleições Suplementares, fosse candidato ao Governo do Estado.
Após a confirmação unânime da condenação de Lula, o partido o lançou como pré-candidato à presidência. Mas as dificuldades para garantir que o nome dele esteja nas urnas e evitar sua prisão aumentaram.
Temendo atrofiar, a prioridade passou a ser as candidaturas para o cargo de deputado federal. Mais uma vez José Ricardo é a opção.
Sem PT, David enfraquece
Durango Duarte afirma que se Lula conseguir ser candidato, pode vir do PT mais uma candidatura ao Governo do Estado no Amazonas, o que também altera o cenário.
Caso contrário, o tempo de TV da sigla, um dos maiores, será disputado pelos pré-candidatos. O presidente da ALE-AM, David Almeida, tem mantido conversas constantes com a sigla. O objetivo é que os petistas possam dar a sustentação necessária à sua candidatura.
“Se o David não tiver o PT ou o PT for para um desses dois (Omar ou Amazonino) fica difícil para ele. Não vou dizer inviável. Mas a desproporcionalidade é enorme. Veja o que ocorreu com o Marcelo Serafim na eleição passada”, disse o pesquisador Afrânio Soares.
Amazonino Mendes, que está no comando da máquina estadual, também precisa agregar partido de peso para uma disputa equilibrada. Com o racha no grupo que o elegeu, resta a Amazonino namorar com o tempo de TV que o MDB do senador Eduardo Braga pode e demonstra querer oferecer.
“Ninguém acerta cenário antes do dia 5 de agosto. Mas algumas coisas ficarão mais claras a partir do dia 7 de abril, a data final desincompatibilização de cargos”, declarou Durango Duarte.
Governo deve ser disputado por sete candidatos
Durango Duarte acredita que, este ano, a disputa pelo Governo do Estado deve ter sete candidaturas. As três primeiras e com maiores chances de competitividade são de Amazonino Mendes, David Almeida e Omar Aziz.
“A quarta pode vir do PT. Tem duas ou três candidaturas de partidos menores, que não costumam alterar o resultado, mas são candidaturas que sempre existem e precisam ser consideradas. No final, a disputa deve ter sete candidatos ao Governo”, analisou Durango.
O dono da #Pesquisa365 disse que a indefinição também deve acompanhar o eleitor e tornar os resultados das pesquisas mais instáveis. “O eleitor está desconfiado e vai demorar muito para tomar decisão. A maioria deve tomar a decisão na reta final e, por isso, as pesquisas virão com muita oscilação até a reta final”.
Rebecca não será candidata
Os dois pesquisadores afirmam que Rebecca Garcia não será candidata ao Governo do Estado em 2018 e que a ex-superintendente da Suframa é um bom nome para o Senado ou para o cargo de vice-governadora.
Afrânio Soares sustenta sua conclusão sobre Rebecca na divisão de partidos com tempo de TV e fundo partidário em torno dos nomes que já estão circulando como pré-candidatos: David Almeida namora o PT, Omar Aziz o PSDB de Arthur Virgílio Neto e Amazonino Mendes o MDB de Eduardo Braga.
“Nessa dança das cadeiras, Rebecca é a primeira a sair da brincadeira por não ter um desses partidos. A possibilidade mais real para Rebecca é ser vice-governadora ou vir para o Senado”, disse Afrânio Soares.
Durango concorda que a terceira colocada nas Eleições Suplementares de 2017 não deve se lançar novamente em 2018 para o mesmo cargo.
“A Rebecca não é candidata ao governo. Ela é uma fortíssima candidata ao Senado. Ao governo seria incoerência. Ela tem no David Almeida um parceiro para o projeto político e não sairiam divididos. Separados os dois perdem força”, disse Durango Duarte.
Afrânio Soares cogita o nome de Rebecca para vice de Amazonino Mendes. O pesquisador disse perceber o PP flertando com outras siglas, embora tenha anunciado acordo com David Almeida. O anúncio, cuidadosamente espalhado por David, não deixa de ser um trunfo dele contra o PP caso o acordo seja quebrado.
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