Da Redação
Movimentos sociais se reúnem neste sábado, dia 25, na Praça da Polícia, Centro de Manaus, para o início da “Campanha dos 16 dias de Ativismo pelo Fim das Violências contra as Mulheres” no Amazonas.
Segundo informações de uma carta aberta à população feita por entidades que estão à frente da campanha, no Estado do Amazonas, os casos de agressão contra as mulheres cresceram 17,4% em 2017 em relação a 2015.
Os 16 dias de ativismo têm como objetivo divulgar informações sobre os vários tipos de violência a que as mulheres são submetidas diariamente.
Professores municipais
O movimento de professores municipais “Fundeb para todos” também vão se reunir na Praça da Polícia neste sábado.
Além de apoiarem os “16 Dias de Ativismo pelo Fim das Violências contra as Mulheres”, o movimento vai realizar uma reunião ampliadas com os coordenadores do grupo para fazer uma análise de conjuntura e definir próximos passos.
Veja a carta do movimento na íntegra:
“Aproxima-se o dia 25 de novembro pelo Fim das Violências contra as Mulheres e temos a oportunidade de refletir sobre as diversas formas de violência que atingem a nós, mulheres, todos os dias. Vivemos tempos marcados pela incerteza e retirada de direitos. Hoje, no Brasil, uma mulher é violentada a cada 11 minutos.
O Governo Golpista de Temer reduziu em 61% a verba destinada para atendimento às mulheres em situação de violência. Essas verbas eram destinadas para políticas públicas para a população feminina, como delegacias e centros de apoio às mulheres.
As reformas trabalhista e da previdência pesam sobre os ombros das mulheres que agora devem se aposentar com mais idade e tem obrigatoriedade de trabalhar em locais insalubres.
O atual governo violenta os direitos das mulheres! No Estado do Amazonas, os casos de agressão contra as mulheres cresceram 17,4% em 2017 em relação a 2015.
A Delegacia da Mulher do Amazonas registrou 9 mil casos até dezembro de 2016. Até outubro de 2016 foram registrados em todas as delegacias um total de 12.844 casos de violência contra mulheres (Dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado, 2017).
Estes são os dados oficiais, mas sabemos que muitas mulheres deixam de registrar a violência por medo de serem mortas (FEMINICÍDIO) ou por vergonha.
Quantas de nós, mulheres, já ficou com medo de andar em uma rua que aparentasse estar deserta? Quantas de nós já foram abordadas na rua com olhares maliciosos sobre seus corpos? Muitas mulheres são submetidas a ameaças, violência física, violência sexual, estupros, xingamentos.
Temos assistido morte de mulheres por armas de fogo, arma branca, sendo queimadas, torturadas. A maioria dessas violências acontece nas próprias casas e são, muitas vezes, praticadas por familiares.
O SILÊNCIO é o nosso maior desafio. Precisamos superar o silêncio e denunciar, buscar ajuda para superar a violência que nos MATA!
Nós, mulheres ativistas, indígenas, negras, lésbicas, bissexuais, transexuais, mulheres trabalhadoras, sindicalistas, mulheres de partido, mulheres de movimentos sociais, mulheres estudantes, pesquisadoras e professoras, mulheres das águas, da floresta e da cidade, resolvemos lutar por aquilo que nos une e que dá sentido à vida: uma vida plena.
A sociedade que queremos construir deve ser democrática, solidária, justa, fraterna, acolhedora e feminista, proporcionando um bem viver a todas. E isso só é possível com a participação de todas e todos!
Todos os anos, de 25 de novembro a 10 de dezembro, organizações de mulheres e ativistas em todo o mundo juntam-se para a Campanha dos 16 dias de Ativismo pelo Fim das Violências contra as Mulheres. O dia 25 de novembro é o dia marcado por grandes mobilizações femininas. Junte-se a nós! Uma vida sem violência é direito das Mulheres! Por um Amazonas sem Feminicídio!”